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O prefeito Marcelo Crivella tem praticado ações danosas à cidade do Rio de Janeiro, ultrapassando a linha que delimita a sua fé em uma religião determinada, de cunho, obviamente, pessoal, com o exercício do cargo – exercício este, por força da lei, que tem que ser laico, ou seja, capaz de respeitar a todas as manifestações religiosas, sejam elas evangélicas, espíritas, católicas, atéias e etc.

Vejamos: na festa mais importante da cidade, que traz turistas e arrecadação gigantesca, o carnaval, o prefeito preferiu sair da cidade, ao invés de fiscalizar os serviços municipais. Ele deixou claro que saiu porque era contrário àquela comemoração…

Outro episódio: semana passada, a imprensa noticiou que a festa centenária de São Roque que a comunidade da Ilha de Paquetá realiza em agosto, com o apoio fundamental da prefeitura, não poderá ocorrer esse ano, porque o município, dessa vez, não vai mais apoiar. Disseram que não têm dinheiro para investir neste tipo de evento…

Agora, lemos no jornal O Dia que a prefeitura está realizando com os guardas municipais uma pesquisa sobre a opção religiosa deles. Por que isso? O desconforto é evidente para aquele guarda que não quiser responder ou que professa uma religião diferente daquela do prefeito. Vivemos em um estado laico e a nossa Constituição deixa isso bem claro ao permitir a liberdade religiosa a todos os cidadãos.

Esse tipo de ação constrangedora, absurda e ilegal para com a Guarda Municipal tem que ser repudiada pela nossa sociedade e também muito bem explicado por parte do prefeito Crivella. Mais um absurdo dessa Prefeitura que, lamentavelmente, ainda não deu o “ar de sua graça” no que foi a sua promessa de campanha: cuidar das pessoas. Obviamente que todas elas, independente da religião.

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A prefeitura tem distribuído um questionário em que pede aos 7.500 guardas municipais que informem a sua religião. O Censo Religioso desagradou a alguns servidores e foi parar nas mãos do deputado estadual Átila Nunes (PMDB). Adepto da umbanda, o parlamentar entrará hoje na Justiça com uma ação contra a Guarda Municipal (GM).

“Na Tijuca, guardas foram enfileirados e deles se exigiu que revelassem sua crença. Muitos diziam que eram evangélicos, apesar de professarem outra fé”, disse, acusando o prefeito Marcelo Crivella (PRB), ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, de aparelhamento.

A GM reforça que o preenchimento do questionário não é obrigatório. A coluna teve acesso ao boletim interno divulgado, que pontua: “O formulário do Censo Religioso deverá ser preenchido por todos os servidores efetivos e não efetivos da Guarda Municipal de forma voluntária”.

Projeto de Capelania

Segundo a nota enviada pela Guarda Municipal, a iniciativa do Censo Religioso é da diretoria da GM, e Crivella sequer saberia que a medida está sendo implementada. A intenção é “subsidiar a elaboração de um Projeto de Capelania”. Ainda de acordo com o texto, “o projeto ecumênico tem como objetivo prestar assistência religiosa, espiritual e social aos servidores.”

Fonte: ODIA