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Nesta quarta-feira, 30 de junho, após quatro meses de muito trabalho — sob sol, chuva e ventos —, a Arquidiocese do Rio entregará o monumento do Cristo Redentor do Corcovado de volta à bela paisagem do Estado. E, para comemorar a data, uma iluminação especial, em verde e amarelo, que poderá ser vista durante sete noites seguidas, dará destaque ao símbolo do Brasil mundialmente conhecido.

A Imagem, que está entre as sete maravilhas do mundo, após ter ficado por 120 dias coberta por 89 toneladas de andaimes para que se pudesse repor mosaicos de pedra-sabão, drenar 300 litros de água, reparar pequenas rachaduras, refazer rejuntes e proporcionar uma limpeza geral, está restaurada: pronta novamente para a visitação.

A programação do dia 30, no Ponto Turístico, será especial, dedicada aos profissionais de comunicação e ao público em geral: às 8h será feito o credenciamento da Imprensa, na Praça do Cosme Velho, às 9h haverá Café com a Imprensa, seguido de Coletiva de Imprensa às 9h40min. A partir das 10h, os visitantes poderão receber bençãos de hora em hora. Às 10h30min haverá missa e às 11h45m acontecerá a oração do Ângelus, presidida pelo Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta. Na parte da tarde, bençãos e missas; e, à noite, um evento social, no Clube de Regatas Botafogo, encerrará as comemorações.

Para que a estátua, que em 2011 completará 80 anos, pudesse ser reformada, a Arquidiocese do Rio fez parceria com a Vale, que investiu R$ 7 milhões nas obras.

História do monumento

Quem nunca ouviu dizer que o Cristo Redentor, erguido no alto do Morro do Corcovado no Rio de Janeiro, foi um presente da França? Ou até mesmo que a obra teria vindo da França para o Brasil de navio? Essas são algumas das histórias contadas por vários anos e que acabaram tornando-se conhecidas, mas que não retratam a verdade histórica da construção do monumento.

Para esclarecer esses fatos, faz-se necessário voltarmos no tempo, especificamente para o ano de 1921 quando surgiu a ideia da construção do monumento ao Cristo Redentor para marcar a comemoração do 1º Centenário da Independência do Brasil que se daria no ano seguinte. O Círculo Católico se reuniu para discutir o projeto e o local da edificação. O Corcovado foi escolhido entre mais dois candidatos: o Pão de Açúcar e o Morro de Santo Antônio. Mais de 20 mil pessoas assinaram um documento pedindo autorização ao presidente Epitácio Pessoa para a construção no local.

O autor do projeto do Cristo foi o engenheiro Heitor da Silva Costa, que em 1923 firmou contrato com a Comissão Organizadora do Cristo Redentor para construção da obra. Neste documento, ele cede os direitos autorais do projeto para a comissão organizadora do monumento, sucedida pela Arquidiocese do Rio de Janeiro.

O projeto escolhido mostrava Jesus segurando uma cruz na mão direita e o globo terrestre na esquerda. Atendendo a pedido do então arcebispo Dom Sebastião Leme, o engenheiro buscou um sentido mais religioso para a estátua e, com a colaboração do desenhista e pintor brasileiro Carlos Oswald, a figura de Cristo passou a ter o aspecto da cruz, estendendo os braços, como está hoje.

Para desenvolver o projeto já existente, Silva Costa foi à França contratar o artista Paul Landowski para executar maquetes e esculpir as mãos e a cabeça da estátua. Há registros históricos de que o estatuísta francês também cedeu seus direitos autorais ao órgão que hoje é a Arquidiocese do Rio, visto que esta seria uma condição imposta pela igreja.

Os recursos para a construção foram obtidos através de uma campanha nacional para arrecadação de fundos para a obra. As doações foram feitas por fieis às paróquias de todo o Brasil. Ou seja, ao contrário do que alguns pensam, foi uma obra de brasileiros custeada por brasileiros.

A execução dos braços foi a parte mais difícil porque não havia solo firme para apoiar os andaimes. A base do pico do Corcovado era pequena, com cerca de 15 metros, o que aumentou a dificuldade. O menor descuido poderia gerar um acidente fatal. A mais de 700 metros de altura, as condições de trabalho eram extremas e os operários expostos a ventos fortes, temporais, raios, frio e calor intensos. No entanto, o monumento foi inaugurado em 12 de outubro de 1931 e durante as obras nenhum acidente foi registrado. Graças a Deus!

Algumas curiosidades sobre o monumento

– Os pequenos mosaicos de pedra-sabão usados no revestimento da estátua eram colados em folhas de papel por senhoras da sociedade reunidas na Paróquia Nossa da Glória. Depois essas folhas eram aplicadas no monumento pelos operários.

– O coração do Cristo Redentor, que é visível na imagem, também se projeta internamente e é a única parte interna revestida de pedra-sabão.

– Em 1923, o Cardeal Dom Sebastião Leme instituiu a “Semana do Monumento”, de 2 a 9 de setembro, para doações destinadas à construção. A população aderiu com entusiasmo e o resultado foi acima da expectativa.

– A ideia de Heitor da Silva Costa era representar materialmente os atributos da redenção. O seu projeto trouxe no corpo de Jesus o formato da cruz, com tronco ereto e braços horizontais. A imagem traz as chagas nas mãos de Cristo representando a prova de seu sofrimento e ressurreição. O Sagrado Coração simboliza seu infinito amor.

– Na base do monumento ao Cristo Redentor, tornado Santuário, fica a Capela de Nossa Senhora Aparecida, onde são celebradas missas diariamente, além de batizados e casamentos.

– Outros projetos concorreram com o de Silva Costa. O projeto de Adolpho Morales de Los Rios trazia uma capela com quatro aberturas em arcos e, em cima, o Cristo com os braços abertos pousados sobre um globo terrestre. Já o de José Agostinho Reis trazia uma grande cruz e na base uma capela com cerca de 10 metros de altura.

– A estátua foi construída toda em concreto armado. Só a cabeça pesa 30 toneladas. Ela foi projetada para que o Cristo Redentor olhasse para baixo, reverenciando a cidade.

– As pedras-sabão que revestem a cabeça e o braço do monumento são mais finas. O objetivo é valorizar detalhes dos olhos e dedos.

– Os braços da estátua têm uma distância de 28 metros entre os extremos dos dedos. Somente uma das mãos pesa oito toneladas.

Texto publicado originalmente no site da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.